Regina Casé
Poucos artistas brasileiros são tão identificados com o povo, com a periferia, como Regina Casé. E poucos nomes deixam uma trajetória tão divertida e coerente pela televisão, levando risadas, dignificando os mais carentes e abrindo espaço para que eles registrem suas vontades, anseios, gostos e reclamações.
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1954
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1970
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1974
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1977
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1978
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1983
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1986
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1988
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1990
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1994
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1998
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2000
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2006
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2007
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2009
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2011
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Regina nasceu em um 25 de fevereiro quente, em pleno carnaval de 1954, em Botafogo, no Rio de Janeiro, filha de Geraldo César Casé e Heleida Barreto Casé. E neta de Ademar Casé, um dos pioneiros do rádio no Brasil.
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Regina conhece o teatro em 1970, ao se inscrever despretensiosamente no curso de Sergio Britto. Durante o resto da década, Regina se dedica aos palcos, dividindo o trabalho com cursos universitários na PUC, de comunicação, filosofia e história.
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Em 1º de maio de 1974, a atriz cria o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, formado com Hamilton Vaz Pereira, Alberto Soares, Luiz Arthur Peixoto e Daniel Dantas. A estreia do grupo é com a peça “O Inspetor Geral”, do dramaturgo russo Nikolai Gogol. Regina ganha o prêmio Governador do Estado como atriz revelação com o espetáculo.
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Em 1977, aos 23 anos, Regina ganha o prêmio Molière de melhor atriz pela peça “Trate-me Leão”, dirigida por Vaz Pereira. O espetáculo fica em cartaz no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro, e faz uma temporada no Teatro da Nações, em São Paulo.
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Em 1978, Regina salta dos palcos para as salas de exibição, com uma participação no filme “Chuvas de verão”, de Cacá Diegues. No mesmo ano, Arnaldo Jabor escala a atriz para um papel um pouco maior no filme Tudo bem. A atriz conta que mudar do teatro para o cinema foi um salto muito marcante em sua vida. “Eu não sabia nada. Não sabia que tinha um set, que a gente tinha que ficar ali, parado, dando o texto para a câmera, que o fotógrafo preparava uma luz…”, diz.
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Em 1983, Regina inova nos palcos com a peça “A Farra da Terra”, que une a linguagem do cinema com a performance ao vivo. O espetáculo traz projeções ao vivo, coordenadas por dois videomakers, o que permite que a plateia veja com mais detalhes a expressão dos atores. No mesmo ano, Regina continua consolidando sua presença na TV, com a novela “Guerra dos Sexos”, de Sílvio de Abreu, no papel de Carlotinha Bimbatti. Participa do
“Sítio do Pica-Pau Amarelo” e grava o programa “Chico Anysio Show”.
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Em 1986, Regina marca o Brasil com seu primeiro grande personagem com Albertina Pimenta, a famosa Tina Pepper, personagem da novela “Cambalacho”, escrita por Sílvio de Abreu e dirigida por Jorge Fernando. “Esta foi uma das poucas novelas que eu fiz do inicio ao fim e a Tina Pepper foi uma personagem que o Silvio escreveu especialmente para mim”, relembra a atriz. “A Tina foi tão legal, marcou tanto, que uma vez eu fui ao Programa do Chacrinha me apresentar como se eu fosse a Tina Pepper mesmo. Até hoje, nas ruas, as pessoas me chamam de Tina. Essa personagem me trouxe outra coisa muito interessante em relação à minha cor. Porque a Tina Turner é negra, o Brasil inteiro começou a achar que eu era negra também. E isso dura até hoje”..
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Em 1988, tem início um dos programas mais importantes da história do humor televisivo brasileiro. A “TV Pirata”, com um grande time escrevendo (Luiz Fernando Veríssimo, Pedro Cardoso, Hubert, Bussunda, Cláudio Manoel, Hélio de La Peña, Beto Silva, Marcelo Madureira, entre outros), marca a TV brasileira com um formato inovador de esquetes e um tom anárquico. No elenco, ao lado de Regina, medalhões como Luiz Fernando Guimarães, Débora Bloch, Cláudia Raia, Diogo Vilela, Cristina Pereira e Ney Latorraca. O personagem mais famoso de Regina foi ao lado de Guimarães, como apresentadora do “Casal Telejornal”. Em 1989, nasce sua filha, Benedita Casé Zerbini.
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Na década de 90, Regina já é uma atriz consolidada no teatro, televisão e cinema. O espetáculo “Nardja Zulpério” estreia no Rio em 1990 e se torna um grande sucesso, ficando em cartaz e rodando o Brasil durante cinco anos. No mesmo ano, Regina conhece o DJ Marlboro e se aproxima do funk ao gravar o “Melô do Terror” com Luiz Fernando Guimarães, música que vira tema do “Programa legal”, também apresentado com Guimarães, que foi ao ar entre 1991 e 1992. O programa ganha um “Troféu Imprensa”, do SBT, como comediante do ano, para Regina, além de quatro outras indicações.“Depois do TV Pirata, do grupo de estudos e, principalmente do meu encontro com o Hermano, que me levou ao encontro de muitas pessoas de universos muito diferentes, comecei a sentir vontade de levar isso para a televisão”, conta Regina. “Na mesma época o Daniel (Filho) me chamou para conversar, ele queria muito que eu tivesse uma programa só meu. Então, me propôs um programa essencialmente humorístico. Como eu estava bastante envolvida com todos aqueles universos, com a periferia, sugeri a ele que o programa tivesse, além da ficção, outros temas, mais jornalísticos. Propus uma abordagem antropológica até. Ele aceitou e o Programa Legal acabou sendo isso, um filho das minhas saídas com o Hermano (Vianna). O desafio era transformar aquilo em um programa de televisão”.
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Em 28 de dezembro de 1994, Regina participa de outro marco na televisão brasileira com o programa “Brasil Legal”, transmitido originalmente como parte da programação de fim de ano da Globo. Em maio de 1995, o programa estreia oficialmente.No “Brasil Legal”, Regina viaja o Brasil e o mundo buscando pessoas, geralmente ilustres desconhecidos, que revelam, por meio de suas histórias, um Brasil diferente para os brasileiros.
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O programa dura até 1998, no mesmo ano em que estreia “Muvuca”, um programa semanal que fica no ar por dois anos. “Por ser um programa semanal, a gente tentou transferir o que fazia no Brasil Legal, indo nos lugares conhecendo as pessoas, para o casarão da Muvuca. Ao invés de eu ir até as pessoas, elas é que vinham até mim”, relembra Regina. No primeiro ano, o programa ficou confinado a um casarão no Humaitá, aonde a apresentadora recebia personalidades, músicos e pessoas comuns. No segundo ano, o programa saiu um pouco da casa e viajou não só pelo Brasil, mas também para Miami e Trinidad e Tobago.
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Em 2000, encerra o “Muvuca” e volta ao cinema com “Eu, Tu, Eles”, de Andrucha Waddington. Ao lado de Lima Duarte, Stênio Garcia e Luiz Carlos Vasconcellos, no papel da nordestina Darlene, Regina comove milhares de espectadores, em performance elogiada até pelo “New York Times”, que compara Regina à atriz italiana Anna Magnani.Regina continua com um pé na dramaturgia e outro no comando de programas no decorrer da década.Em 2001, atua na novela “As Filhas da Mãe”, de Sílvio de Abreu, e estreia o programa “Um Pé De Que?”, no Futura, contando a história de várias espécies de árvores, além de relacioná-las com a literatura brasileira.Em 2002, se aventura na direção ao lado de Fernando Meirelles no episódio “Wólace e João Vitor”, que dá origem ao seriado “Cidade dos Homens”. Regina viria a dirigir mais dois episódios: “Tem Que Ser Agora”, em 2003, “Pais e Filhos”, em 2004, que gera uma indicação ao Emmy de melhor ator para Douglas Silva, e “As Aparências Enganam”, em 2005.
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Em 2006, Regina estreia o especial “Central da Periferia”, na Globo. “O Central é fruto de todas as coisas que eu vinha fazendo na televisão: como o Brasil total, o Cidade dos homens, os quadros do Fantástico, o Brasil legal. Foi a forma que encontramos de concentrar tudo isso, focando na periferia”, diz a apresentadora. “Fazemos uma espécie de militância intencional mesmo, onde procuramos descriminalizar o espaço da favela e da periferia, onde a maioria das pessoas só passa com o vidro fechado e com a trava do carro travada e mostrar que, mesmo que dali, 10% da população seja de bandidos, existem outros 90% que têm que ir para a escola, para o trabalho. E que se a gente acha que a vida gente tá mal com a violência, imagina quem vive ali”. Para a primeira leva do programa, Regina viaja pelo Brasil e revela as periferias do Recife, São Paulo, Belém e Salvador.
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O ano de 2007 marca a primeira participação de Regina em uma minissérie, “Amazônia: De Galvez a Chico Mendes”, de Glória Perez. A atriz seguiu com seus quadros no “Fantástico”, apresentando agora a série de reportagens “Minha Periferia é o Mundo”, focalizadas na vida dos grandes centros urbanos.
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Em 2009, a escola de samba paulista Leandro de Itaquera homenageia Regina com o samba “Leandro de Itaquera faz a festa das periferias do Brasil para o mundo… Salve, salve nossa estrela Regina Casé”, que fala do trabalho da atriz e apresentadora, tantas vezes ligada ao tema.
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Em 2011, Regina apresenta o programa “Esquenta”, que traz várias personalidades da música brasileira para o palco, em um estilo animado e despojado. No programa, Regina continua sua ligação com a periferia, trazendo atrações de estilos musicais como funk e pagode.