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Documentário em homenagem ao avô

DVD dirigido por Estevão Ciavatta recorda Ademar Casé

Postado 01/09/2011 às 14h09 Atualizado em 13/08/2015 às 13h08

Imigrante pernambucano, Ademar Casé (1902-1993) foi tentar a vida no Rio de Janeiro nos anos 20. Não poderia imaginar que daria a escrita para o futuro do rádio brasileiro, ao ver, na antiga capital federal, que o veículo de comunicação se estabeleceria. E ficaria feliz se pudesse assistir à homenagem que sua neta Regina Casé lhe prestou, ao lado do marido, Estevão Ciavatta. A partir das conversas com Regina, Ciavatta dirigiu o documentário “Programa Casé – O que a gente não inventa, não existe“, cujo trailer você assiste aqui e cujo DVD você pode comprar aqui.

 

O documentário demorou 10 anos para ser concluído. Foram muitas pesquisas, entrevistas, recuperações de imagens, artigos, programas. Nele, um histórico dos primórdios do rádio no Brasil desde a década de 20 até a chegada da TV, nos anos 50.

 

O avô de Regina Casé não era ator ou músico, mas tinha experiência com vendas e criou um bom plano para comercializar rádios produzidos pela Philips. “Eu vendi tanto aparelho de rádio que acabei sendo apresentado ao Dr. Augusto Vitorino Borges”, disse Ademar. Vitorino era um dos diretores da rádio Philips e também um dos primeiros locutores da história do rádio no Brasil. Em 14 de fevereiro de 1932, estreava na rádio Philips do Brasil, com o “Programa Casé”.

 

Regina tem a quem puxar: seu avô foi o primeiro a perceber a penetração do rádio nas camadas populares, anunciando no “Programa Casé”. Fazem da trajetória de Ademar Casé a Rádio Globo (ex-Transmissora), e a Tupi, último pouso do programa, em 1951, quase 20 anos após a estreia. Na atração, as atrações musicais incluíam gente como Pixinguinha, João da Bahiana e Donga. Um certo Noel Rosa, sambista conhecido de Vila Isabel, chegou a trabalhar lá como contra-regra. A Noel, atribui-se a ideia de se compor um dos primeiros jingles conhecidos do rádio, o da loja carioca O Dragão.

 

Regina credita boa parte de sua alma popular ao avô: “Até a morte dele eu fazia muito mais teatro, não fazia televisão. E ele achava que eu devia fazer televisão, e eu era apaixonada pelo grupo de teatro, era uma coisa alternativa e meu avô falava: “Mas isso aí não dá dinheiro, isso aí não resolve. Tem que ser para muita gente. Quantas pessoas vão ver esta peça?”. Ele tinha muito esta visão. Tomara que, de alguma maneira, ele perceba tudo que foi acontecendo”.