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Vem Com Tudo

Quadro do programa “Fantástico”, apresentado por Regina Casé. Globo, 2009 Regina Casé vem com tudo para falar sobre tendências no Fantástico (release 07/2009) Regina Casé está de volta. Desta vez unindo humor, ficção e informação para falar sobre tendências no quadro Vem com tudo, que estreia dia 7 de junho, no Fantástico. Com direção geral […]

Postado 30/06/2015 às 01h06 Atualizado em 30/06/2015 às 01h06

Quadro do programa “Fantástico”, apresentado por Regina Casé. Globo, 2009 Regina Casé vem com tudo para falar sobre tendências no Fantástico (release 07/2009)

Regina Casé está de volta. Desta vez unindo humor, ficção e informação para falar sobre tendências no quadro Vem com tudo, que estreia dia 7 de junho, no Fantástico. Com direção geral de Estevão Ciavatta, direção de Mônica Almeida, texto final de Hermano Vianna e produzido pela Pindorama Filmes, é dividido por temas e mostra o que é ‘in’ e ‘out’ sob diversos pontos de vista.

Para abordar os assuntos – Cabelos, Comidas, Viagens, Celebridades, Fala e Festas – Regina Casé leva uma bancada móvel para as ruas, onde faz observações e colhe depoimentos para o quadro. Seja em um restaurante a quilo ou até no Cristo Redentor, Regina ouve o que as pessoas têm a dizer sobre as tendências do tema levantado no dia.

“A ideia inicial é que eu fizesse uma espécie de crônica cotidiana numa bancada. Mas como as tendências estão nas ruas, não dava para ficar parada em um estúdio de gravação”, diz a apresentadora. Para ilustrar a ‘pesquisa’, Regina Casé volta a atuar como atriz em esquetes de humor que simulam vídeos caseiros feitos por personagens, sempre vividos por ela, relacionados aos temas apresentados a cada episódio.

As locações são todas externas, um quiosque na Praia de Copacabana, um antiquário e um clube também servem como cenário para o quadro. Embora todas as gravações tenham sido no Rio de Janeiro, a ideia é que estejam lá diversos personagens do Brasil, presentes através das opiniões colhidas na bancada e dos personagens vividos por Regina Casé. “É um programa com diversos sotaques, várias entonações. Queremos mostrar múltiplas facetas do país, que é multicultural. O que é tendência para uns não é para outros e por isso teremos opiniões variadas sobre um mesmo tema”, conta Estevão Ciavatta.

A grande mania dos vídeos da web também aparece no formato da série. Na maior parte das vezes, Regina não contracena com ninguém. Faz da câmera seu interlocutor, que horas aparece como filho, como marido ou até como aluno. Entre os personagens interpretados pela atriz, estão um cabeleireira expert em cortes “emos”, uma sommelier que dá aulas sobre vinhos na internet e uma flower designer que sugere dicas de ornamentação para eventos. “Como hoje em dia todo mundo se expressa através da internet, vamos mostrar isso nos quadros fictícios. É como se todos os vídeos estivessem na rede. O depoimento da dona da temakeria, por exemplo, é gravado por seu funcionário. Eles fazem o vídeo para promover o estabelecimento, o ‘Kones e Bebes’. Para dar veracidade a essas histórias, vamos mostrar takes com cenas fora de enquadramento, trêmulas e com edição precária, para dar a impressão de que os vídeos foram feitos de forma caseira”, explica a diretora Mônica Almeida.

Segundo Hermano Vianna, apesar de o quadro ter uma linguagem nova, é uma espécie de síntese da carreira da atriz. “O jeito de filmar destaca o fenômeno da internet, que, de certa forma, foi o tema do “Lan House”, nosso último quadro apresentado no Fantástico, no fim do ano passado. Já o que abordamos em Central da Periferia também vai aparecer nos vários personagens populares. Isso, sem falar na volta da Regina Casé para a ficção na TV, o que ela não fazia há anos”, lembra o antropólogo.

Regina Casé, atriz e apresentadora de Vem com Tudo

Começou a carreira artística em 1974, com o grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone. Estreou em novelas em 1986, em Cambalacho e depois participou dos humorísticos TV PIrata e Programa Legal. Em 1997, partiu para experiências mais jornalísticas. Começou em Brasil Legal, em que mostrava um país até então pouco conhecido na televisão. Seguiu esta linha em quadros no Fantástico, como Minha Periferia, e em programas como Central da Periferia. Nos palcos, ficou cinco anos em cartaz com Nardja Zulpério e no cinema brilhou em diversos filmes como Eu, Tu e Eles, de Andrucha Waddington. Regina está de volta à ficção com o quadro Vem Com Tudo, no Fantástico.

Como surgiu o Vem Com Tudo?

Regina Casé: Eu sempre fui muito observadora. As pessoas brincam comigo e dizem que eu vou à padaria e parece que fui à Marte por causa da quantidade de novidades que eu trago da rua. Em qualquer reunião que eu vá, antes de começar, eu faço comentários sobre o que vi e o que percebi. Como isso sempre foi muito constante, achamos que deveríamos filmar esses momentos que antecedem às reuniões. Aí percebemos que eu poderia ser uma espécie de cronista na televisão porque estou sempre muito atenta ao que está ao meu redor. Ao mesmo tempo ainda sou muito parada na rua por pessoas que cobram a minha volta ao humor e eu já estava com saudades de interpretar personagens engraçados. Fomos juntando essas ideias e o programa ficou pronto. Além de ter escrito o programa ao lado do Hermano, do Péricles Barros, do Nilton Braga e do Rafael Miranda, serei um pouco atriz, um pouco apresentadora e um pouco jornalista.

O que as pessoas devem esperar do quadro?

Regina Casé: As pessoas vão se identificar muito. Até os temas que escolhemos para trabalhar – Cabelos, Comidas, Viagens, Celebridades, Fala e Festas – são assuntos que estão na moda, que todo mundo fala, o tempo todo. A idéia não é dizer o que deve ou não ser usado, mas sim retratar, com humor, o cotidiano. Por que alguns hábitos ‘vêm com tudo’ e por que outros ‘vão com tudo’? Onde está o limite entre o que é tendência e o que ficou ultrapassado? O programa também vai fazer o público pensar sobre essas questões, sempre com muitos exemplos.

Na sua opinião, o que vem com tudo? E o que foi com tudo?

Regina Casé: A palavra ‘entendi’. Virou uma sensação. As pessoas estão usando tanto este termo que nem percebem. Chegaram ao ponto de falar “oi, tudo bem, entendi”. ‘Entendi’ está com tudo. Em compensação, o gerúndio, está ‘indo com tudo’. Ainda não foi de vez, mas, felizmente, ‘está indo com tudo’.